Um espaço para contribuir com o PT no debate sobre temas da conjuntura.

Plenária aberta da militância petista

Em meio ao balanço das eleições municipais, enquanto alguns dizem que ”só o centro salva” e outros transformam nosso resultado negativo em vitórias da “base aliada”, o Manifesto Petista saúda a militância que defendeu nossas cores, nossa bandeira, nossa estrela e nossas propostas no 1º e no 2º turno do pleito de 2024.

Reafirmamos que, para continuarmos a existir e para garantir o futuro do nosso projeto socialista, precisamos reconstruir nossa atuação, sobretudo junto às lutas das classes trabalhadoras, pela esquerda, com muita ação e com muito debate.

O debate se faz necessário porque ninguém, no PT e em outras organizações de esquerda, está satisfeito com a situação atual. Assim como ninguém tem certeza absoluta acerca do que deva ser feito, para dar conta dos imensos desafios a vencer nesses tempos de crise sistêmica do capitalismo.

É para debater livremente que organizamos esta plenária aberta, que não é instância nem reunião de tendência. A título de contribuição sugerimos algumas questões, em busca de respostas coletivas que nos possibilitem avançar.

1.Continua atual o nosso Manifesto de Fundação, que atribuía ao PT a pretensão de “ser uma real expressão política de todos os explorados pelo sistema capitalista”?

2.Como reconstruir nossos vínculos cotidianos com a classe trabalhadora, cuja maioria é composta por jovens, mulheres, negras e negros?

3.Como combater o racismo, o machismo, a homofobia, a misoginia, a transfobia e todas as formas de discriminação e preconceito?

4.Como combinar a atuação nas redes digitais e a reocupação das ruas, retomando as mobilizações populares?

5.Como revitalizar as organizações de base, entre as quais as associações de bairros, as entidades comunitárias e os sindicatos?

6.Como impedir que o PT se converta num partido sem democracia interna, controlado por parlamentares, governantes e atuante apenas nos períodos eleitorais?

7.Como estimular a filiação ao PT, garantindo que existam espaços de militância, com formação política, informação e real participação?

8.Como desenvolver projetos de formação política e de análise da realidade brasileira?

9.Como conciliar a necessidade de fazer alianças com a manutenção de nossos princípios e nosso programa?

10.Como democratizar a comunicação, combatendo o oligopólio da mídia e das big techs, em consonância com o que determina a Constituição Federal?

11.Como impedir que as grandes empresas de tecnologia violem nossa soberania digital, impondo uma ditadura algorítmica sobre as redes ditas sociais?

12.Como alterar os artigos da Constituição Federal, para que as Forças Armadas cumpram o papel de defender a soberania e respeitar a democracia, abstendo-se de participação política dentro e fora dos quartéis?

13.Como desmilitarizar as polícias, ou seja, como termos uma polícia que não use armas contra o povo, especialmente contra a população jovem, negra e periférica?

14.Como acabar com o controle que a direita e a extrema-direita exercem no Congresso Nacional?

15.Como travar o combate ao imperialismo, a começar pelo ianque, agora neste cenário aberto pela eleição de Donald Trump?

16.Como contribuir para a integração dos países da América Latina e do Caribe, em particular como ampliar a solidariedade com Cuba e retomar as boas relações com a Venezuela?

17.Como massificar os movimentos de solidariedade ao povo palestino e intensificar a atuação internacionalista do Partido?

18.Como estabelecer a soberania democrática sobre o Poder Judiciário?

19.Como adotar políticas de governo que libertem o Brasil da ditadura do capital financeiro e da condição de país primário-exportador?

20.Como superar as amarras do Novo Marco Fiscal, do déficit zero e dos cortes orçamentários?

21.Como trilhar um caminho que transforme o Brasil numa nação soberana e desenvolvida, com bem-estar social e liberdades democráticas, onde não haja exploradores nem opressores, um país socialista?

Para algumas das perguntas acima, nós, que convocamos esta PLENÁRIA ABERTA, temos respostas; para outras, temos hipóteses. Entretanto, temos certeza de que a resposta terá de ser coletiva e materializada na prática, através da ação do conjunto do partido.

Só assim poderemos nos guiar nesse período histórico, em que a luta de classes e a luta entre os Estados se torna mais polarizada, mais feroz, dura e impiedosa, como se pode ver no genocídio praticado pelo governo de Israel contra o povo palestino, na brutal e criminosa concentração de renda e riqueza, na devastação incontrolável da natureza provocada pela ganância voraz do Capital.

Só o Partido, como organização coletiva e de massas, pode se colocar à altura dos embates destes tempos de crise e de guerra. É nesta construção coletiva que nos engajamos.

Viva a militância petista!

Viva a classe trabalhadora!

Viva o povo brasileiro!

Viva o socialismo!

São Paulo, 7 de novembro de 2024.

Assinam: as pessoas que convocaram esta plenária aberta da militância petista.

Respostas de 10

  1. É urgente discutirmos objetivamente propostas para essas questões levantadas. Pergunto onde e como estão aqueles estudantes de escolas públicas que tão corajosa e brilhantemente ocuparam escolas vivenciando uma experiência inédita de ação coletiva na defesa de seus interesses.

  2. Felizmente começa uma reação interna no PT. Estamos num caminho absolutamente inaceitável! PT social-liberal jamais! Espero que nessa plenária de hj o plano de privatização que o BNDES está implementando seja debatido. Se continuar, em 2026 não precisaremos eleger presidente: o patrimônio público quase todo estará nas mãos da iniciativa privada, de um lado, e o orçamento da união estará nas mãos do Congresso, de outro lado. Aliás, chamar essa composição obscena de congresso é desrespeitoso com parlamentar sério. Para que executivo. Podemos eleger um rei/rainha para enfeitar o país.

  3. Devemos nos mobilizar nacionalmente, convocar nossos militantes e sair às ruas, confrontar a direita e mostrar a “força” que nos incentiva a mudar: Conhecimento e lealdade.

    1. As ruas sempre será a saída e o caminho.
      A organização, sensibilização e mobilização é que estão as dificuldades de efetivamente serem feitas.

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